quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A visita




Cada dia, ao meio-dia, um pobre velho entrava na Igreja, e poucos minutos depois, saía.

Um dia, o sacristão lhe perguntou o que fazia (pois havia objetos de valor na Igreja).
Venho rezar, respondeu o velho.


Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa.


Bem, retrucou o velho, eu não sei recitar aquelas orações compridas.


Mas todo dia, ao meio-dia eu entro na Igreja e só falo:


- "Oi Jesus, eu sou o Zé, vim te visitar."
Num minuto, já estou de saída.
É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me ouve.


Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital e, na enfermaria, passou a exercer uma influência sobre todos:


os doentes mais tristes se tornaram alegres, muitas risadas passaram a ser ouvidas.


Zé, disse-lhe um dia a irmã, os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre....
É verdade, irmã, estou sempre tão alegre.
É por causa daquela visita que recebo todo dia.
Me faz tão feliz.


A irmã ficou atônita.
Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia.
O Zé era um velho solitário, sem ninguém.


- Que visita?


- A que hora?


- Todos os dias. Respondeu Zé;
com um brilho nos olhos.
Todos os dias ao meio-dia Ele vem ficar ao pé cama.
Quando olho para Ele, Ele sorri e diz:


-"Oi, Zé, eu sou Jesus, eu vim te visitar".


De: Arlete Soares Silva
Enviada: terça-feira, 19 de fevereiro de 2008 23:42:25